Quem pensa que o único (bom) uso
que o milho tem é fritar na panela e virar pipoca está redondamente enganado
quanto ao potencial desse grão que, agora, é usado como matéria prima para
virar, literalmente, um dos motores da tecnologia: o biocombustível. Assim como
qualquer outra fonte de energia, o milho também tem seus pontos fortes e fracos
para o uso deste recurso que pode ser, a longo prazo, o substituto do petróleo,
de matéria-prima fóssil e esgotável.
O primeiro
ponto forte é a ótima produção do grão no mercado interno brasileiro, que
atende à demanda da criação do biocombustível da mesma forma a que atende a
alimentação animal e humana. Esse cereal tem enorme potencial para suprir
necessidades e, por isso, é considerado o terceiro mais importante cereal do
mundo. Fonte rica de nutrientes, é responsável também por figurar nas altas
discussões sobre economia por fatores externos favoráveis, como a cotação do
milho, que garantem lucro aos produtores regionais e emprego e renda quando o
assunto é mão de obra nos campos de colheita.
Uma das
principais importâncias a ser destacadas sobre o uso do milho para fins de
biocombustível vem justamente do fato de que as fontes de energia para
combustível que conhecemos nos dias de hoje estão ficando escassas e, por conta
disso, encarecendo a olhos vistos – quem nunca levou um susto com o preço da
gasolina que atire a primeira pedra. Com o crescimento
das opções de veículos de transporte e passeio no estilo “total flex”, que
aceitam como combustível álcool e gasolina, e com a abundância da produção de milho
como insumo no país, o uso do cereal para essa finalidade pode ser a saída
exata no barateamento dos insumos necessários para dar vazão, sempre, às
inovações tecnológicas.
Especialistas
afirmam que o Brasil poderá deixar de ser um exportador eventual do grão para
virar exportador estrutural do insumo, como era o caso dos Estados Unidos, o
que coloca toda a nação na busca pelo desenvolvimento. No entanto, nem tudo são
flores. Para se fazer biocombustível é necessário o uso de insumos como milho,
soja, canola, girassol e mamona, de onde se extrai o óleo, adiciona ao óleo
diesel e voilá, está pronto o que
chamamos de “agroenergia”, ou energia sustentável. Contudo os mesmos
especialistas que torcem pelo desenvolvimento desse setor no país alertam
também para um iminente perigo, caso a procura por esse tipo de combustível,
sobretudo do milho, aumente acima de oferta. A cotaçãodomilho fará pressão no
mercado internacional para que o preço do insumo suba – o que significa de
depois de uma “crise petrolífera” o mundo pode se arriscar a enfrentar uma nova
crise mundial: a crise domilho.
Enquanto o
pior não vem, o milho é celebrado como ótima saída para a produção barata e
segura do biocombustível, uma modalidade de energia que tem menos impacto
ambiental e muito mais valor energético do que o álcool. Desde meados de 2008
se tornou obrigatória a mistura de biodiesel ao diesel comum, comercializado no
país, no mínimo de 2%, parcela que subirá no ano que vem para 5%. Dessa forma
torna-se mais que claro que o plantio do grão de milho para fins de uso
tecnológico e desenvolvimento sustentável é mais uma – e talvez a melhor –
alternativa para complementar a renda dos produtores e criadores do país, além
de abastecer o mercado consumidor, que está carente de opções para melhorar o
seu custo de vida e, de quebra, dar uma força para a sustentabilidade do
planeta.
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