Em termos
gerais, o turismo é hoje uma das áreas mais sustentáveis, em termos econômicos,
que podemos citar. Números da Organização Mundial de Turismo apontam que o
turismo é responsável pelo surgimento de um em cada dez postos de trabalho, o
que faz com que a área empregue mais pessoas, gere mais renda e faça a
diferença não só na vida de quem viaja, mas também de quem fica ali, na mesma
cidade, ganhando a vida. Um dos setores que fica mais aquecido em cada cidade
de estilo tipicamente turístico é o comércio varejista, mas a cadeia produtiva
do turismo gira em torno de 50 setores diferenciados.
Como, então,
tornar o turismo ainda mais sustentável, principalmente no Brasil?
O turismo é tido
como um dos mais importantes instrumentos de transformação da economia e da
sociedade, capaz de promover valores como inclusão social, geração de emprego e
renda (como já foi falado), investimentos em várias áreas, incentivo ao
empreendedorismo e ferramenta de educação dos povos, quando o intercâmbio da
cultura é feito entre um ser humano e outro. A área contempla as atividades que
parecem mais banais para nós, reles mortais, mas que são capazes de abrir novas
empresas, fechar outras e dar condição de crescimento a várias, como reservar
hotel, comprar passagens aéreas, alimentar-se em todos os destinos e usar o
transporte público de cada cidade. Imagine, agora, várias pessoas usando todos
esses recursos de forma indevida?
É sabido que o
turismo mal administrado, assim como qualquer outra área e setor da economia,
pode causar danos irreversíveis, na escala comercial e ambiental, de cada
cidade. As cidades históricas de Minas sabem bem disso, pois são destinos
certos de milhares de turistas durante o carnaval e, como são pequenas cidades,
acabam por se tornar reféns da demanda e suas consequências: muita sujeira,
falta de saneamento básico logo após o feriado e, a longo prazo, desgaste de
centenas de patrimônios históricos. Esse é um exemplo de turismo insustentável,
já que o setor não cuida com carinho dessas cidades e de muitas outras ao redor
do país.
Outra forma de
tornar o turismo ainda mais sustentável no Brasil, além de ter cuidado com o
número máximo de pessoas que uma cidade ou outra é capaz de comportar durante
um período de tempo, é prezar pela acomodação “politicamente correta”. Seja hotel
Florianópolis, hoteis em Copacabana ou albergues em São Paulo e Porto
Alegre, muitas grandes cidades do nosso país ainda vivem no bom e velho sistema
hoteleiro de antigamente, não utilizando das diversas energias alternativas,
como a solar, para melhorar e baratear seus serviços a longo prazo. Nesse caso,
também faz parte do papel consciente do turista exigir acomodações que
mantenham a higiene e limpeza em patamar de excelência sem, necessariamente,
ter que lavar tudo todos os dias. Afinal, esse tipo de insustentabilidade acaba
por arriscar o fim dos recursos naturais, fora que um sistema assim gasta muito
mais dinheiro para ser mantido.
O importante é
lembrar que, como área sempre vanguardista, o turismo tem a obrigação social de
ser o exemplo para todas as demais áreas, fazendo uma integração constante dos
cerca de seus 50 setores para que todos saiam beneficiados. Você pode estar
viajando para a Europa, mas a sua cidade de residência é também, provavelmente,
um ponto turístico, e uma falha de estratégia na sustentabilidade dessa área
pode acabar no seu bolso. É preciso que todos nós, funcionários do turismo ou
turistas por vocação, nos juntemos para fazer dessa uma área ainda mais
sustentável em um país onde essa palavra já é, há tempos, o grito de guerra do
nosso crescimento econômico.